Snipers ganham R$ 6,9 milhões ao rastrear transação da Base
Dois traders, conhecidos como “snipers”, conseguiram um baita lucro de US$ 1,3 milhão (cerca de R$ 6,9 milhões) no lançamento do token JESSE. Essa criptomoeda foi criada por Jesse Polak, que também é responsável pela Base, uma rede que funciona como uma camada adicional do Ethereum. Essa manobra aconteceu na última quinta-feira e foi possível graças a técnicas que exploram o que chamamos de “flashblocks”.
Beleza, mas o que são esses snipers? Basicamente, são traders que usam algoritmos para realizar operações antes de outros investidores logo que um novo token é lançado. Essa estratégia ficou super conhecida no início do ano, especialmente com a onda das memecoins, aquelas moedas digitais que surgiram do nada.
No caso do JESSE, esses snipers foram rápidos demais. Eles conseguiram comprar uma quantidade significativa de tokens logo no bloco gênese, que é o primeiro ciclo de criação de uma criptomoeda. Para garantir suas compras, os traders desembolsaram um bom dinheiro em taxas, garantindo que seus pedidos tivessem prioridade. Um deles chegou a gastar US$ 44 mil só em taxas.
O plano era lançar 500 milhões de tokens, que corresponde à metade do total disponível, para montar um pool de liquidez. No momento da compra, os snipers conseguiram pegar 261,7 milhões de tokens, com um deles faturando US$ 707 mil e o outro, US$ 619 mil.
Essa estratégia não é mera sorte. Desde julho, a Base implementou uma estrutura de “microblocos”. Isso significa que, enquanto cada bloco completo leva em torno de dois segundos para ser gerado, ele pode ser dividido em frações de tempo muito menores. Assim, certos tipos de transações aparecem antes de serem validadas no bloco final.
Isso facilita muito para os bots, que monitoram a rede a cada milissegundo. Ao detectarem a transação que cria um novo token, eles conseguem enviar ofertas de compra com taxas altas, garantindo que suas ordens sejam registradas rapidamente. Quando o bloco final é fechado, as compras e a criação do novo token aparecem juntas, levando ao que chamamos de “same-block sniping”. Essa abordagem não depende de mempools privados, mas sim da visibilidade antecipada que a arquitetura de microblocos proporciona, junto com a priorização das taxas.
O mundo das criptomoedas está cheio de oportunidades e, mesmo que exista risco, estratégias como essas mostram que tem quem saiba explorar bem esse mercado.





